Garagem de um prédio na Travessa Quatorze de Março: desrespeito e impaciência no trânsito / Foto: Peri Dias
O desrespeito às leis de trânsito em Belém sinceramente me impressiona. Ele começa pelo própria Prefeitura, que para desafogar o trânsito cria cruzamentos sem faixa de pedestres ou em que o fluxo de carros não para nunca - ora vem de uma rua, ora da outra. Ganha corpo com aqueles motoristas que dão aquela esticadinha quando o farol já fechou ou com os ciclistas que andam na contramão e não param em hipótese alguma, mesmo quando tem gente atravessando na faixa – e isso é bem comum em Belém!
Por fim, o ápice do desrespeito se materializa nos muitíssimos carros estacionados nas calçadas, a qualquer hora do dia, obrigando o pedestre a ir para o meio da rua para continuar viagem. Já vi mãe com carrinho de bebê tendo que se enfiar no meio do trânsito para transpor uma dessas barreiras. O pior foi o dia em que me deparei com um homem em uma cadeira de rodas prostrado em frente a um desses carros parados de comprido, na calçada, provavelmente se perguntando em que momento ele conseguiria seguir em frente, se na calçada não tinha mais jeito. Quão humilhante é alguém se ver impedido de ir e vir por causa de um "gênio" que achou que o conforto dele é mais importante do que o direito de todo o resto da população?
O que mais impressiona é que em Belém ficou meio estabelecido que parar o carro na calçada é aceitável, diante da falta de vagas. Toda vez que vejo um motorista saindo do carro, após estacionar onde não devia – e isso acontece quase diariamente - reparo em sua postura. Na grande maioria das vezes, não consigo encontrar um vestigiozinho de vergonha pela transgressão. Não é que a pessoa parou em lugar proibido, mas saiu rapidinho e com cara de "eu sei que estou errado, desculpa aí, mas só vou comprar um negócio ali e já volto'" Isso já seria ruim, mas, não, estamos uma fase atrás! A pessoa para o carro na calçada estreita, sai bem tranquila e não está nem aí se alguém vai achar ruim. Ela realmente se sente no direiro de parar naquele pedaço do passeio público.
Além de irritar e humilhar, o desrespeito no trânsito obviamente também mata. Segundo a Agência Pará, 98 pessoas morreram por acidentes de trânsito em Belém, em 2011. Não é um número alarmante, mas, se pensarmos que muitas dessas mortes podiam ser facilmente evitadas se tivéssemos mais cuidado, temos que nos perguntar: de que atitudes renovadoras Belém precisa para ter um trânsito mais razoável? Dê sua contribuição pelo blog ou pelo Facebook do TEDx Ver-o-Peso!
Confira também os outros posts da série Desafios de Belém:
- O que te incomoda em Belém?
- De tirar o sono
Braz de Aguiar - entre 12h e 14h. Hora dos pais buscarem os filhos da manhã ou levarem os que estudam à tarde no Nazaré e no Santa Catarina. Filas duplas e buzinaço. Para quem é comerciante desse perímetro é perda total da clientela. Em grandes cidades, o poder público fez com que as escolas tomassem providência para evitar essa confusão. Em SP, o colégio São Luís, na regiaõ de Paulista, fez uma passagem de carros por dentro da instituição, por onde as crianças chegam/saem. Será que aqui em Belém alguém imagina um estudo sobre a viabilidade de melhora do trânsito ligado às escolas?
ResponderExcluirExcelente texto Peri! Fora as pessoas que estacionam em fila dupla, atrapalham todo o trãnsito e nem sequer se sentem culpadas por isso. O egoísmo é algo pertubador!
ResponderExcluir